Os enormes robots que, num bailado sincronizado, vão colocando e soldando peças ou pintando e polindo carroçarias nas fábricas de automóveis são uma imagem já banalizada de décadas. Mas… e se esses robots ganhassem a capacidade de se mover pela fábrica, decidindo eles próprios qual a tarefa mais correcta a desempenhar a cada momento?!
De início esta visão pode até arrepiar-nos um pouco mas é nisso que estão a trabalhar técnicos da Volkswagen, integrados num programa mais vasto, que engloba outras indústrias, denominado Industry 4.0. "A ideia é termos um robot sobre rodas e com alimentação própria de electricidade que, não estando fixo e tendo a capacidade de decidir o que fazer a cada momento, se possa deslocar para desempenhar a tarefa mais importante", explicou Fabian Fischer, um dos responsáveis pela unidade de pesquisa da VW para os materiais e produção.
As vantagens desta enorme revolução na produção automóvel – mas que ainda demorará mais quatro ou cinco anos a estar pronta – são várias. As mais óbvias são a flexibilidade, rapidez e redução de custos de produção, crucial para uma marca como o Grupo VW que faz 280 modelos em 115 fábricas para 12 marcas distintas! Mas também o menor tempo de reacção num mercado em permanente movimento: "O primeiro Golf teve um ciclo de vida de nove anos, de 1974 a 1980, enquanto o Golf 6 teve apenas quatro anos e há modelos nos Estados Unidos que apenas têm dois anos", recordou Fischer.
Aquela maior flexibilidade permitirá também facilitar e alargar as possibilidades de personalização e individualização dos automóveis. Além de contribuir para um maior controlo da eficiência energética da própria fábrica.